segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Após a Tempestade- Capítulo 30

O clima continuou tenso na casa de Paula com as mesmas palavras duras de seu pai e os olhares de interrogação da mãe. Os dias foram passando nesse clima hostil enquanto Paula e Aline continuavam se encontrando sempre na saída da faculdade, agora Paula ia quase todos os dias para o apartamento de Aline e lá elas ficavam namorando e curtindo a intensidade daquele amor.
 Paula já não se preocupava mais com o que os outros pudessem lhe dizer, parecia que o mundo para ela agora era apenas ela e Aline.
Dentro de casa ela e seu pai já não trocavam mais palavras, Paula estava se sentindo muito mal, ela não queria que as coisas continuassem assim. Ela precisava falar com o pai, queria poder dizer sobre o amor que sentia por Aline e como ela a tratava bem, mas a conversa que ela queria ter com ele não chegava nunca porque ele simplesmente evitava- a de todas as formas,era uma situação que estava ficando insuportável para ambas as partes.
 Paula muitas vezes sentia um aperto em seu coração, ela ficava em estado de agonia pelo fato de estar vivendo naquele clima com seu pai, era algo que ela não queria que acontecesse, por outro lado sabia que era inevitável.
 Seu pai não queria que ela se aproximasse de Aline como ele próprio já havia falado, mas elas estavam apaixonadas e não conseguiam ficar um dia sequer sem se ver, havia uma necessidade enorme de se verem, esse sentimento era algo muito forte que foi crescendo dentro delas e transformando suas vidas, tudo o que Aline pensava em fazer ela incluía Paula, ela estava sempre em seus planos, Aline não fazia nada para si que não fosse algo que também pudesse fazer bem à Paula, elas estavam vivendo uma pela outra,além disso,Paula sabia como elas mesmas já haviam conversado, se ela não assumisse sua condição ao lado de Aline teria que assumir com outra pessoa, não adiantava negar, o problema não era assumir seu romance com Aline, mas assumir a sua verdadeira condição sexual.
Dias se passaram e num domingo chuvoso Paula ligou para Aline, elas precisavam conversar.
Ao chegar ao apartamento, Paula estava quase chorando, elas se abraçaram e Aline foi logo perguntando:
-O que houve amor?Por que você está chorando desse jeito?
Paula respondeu com a voz embargada:
-Eu não estou mais conseguindo conviver com essa situação tão hostil com o meu pai, ele me ignora todo o tempo, parece até que eu não existo mais, parece que eu não sou ninguém, está horrível de agüentar essa situação.
Aline passou a mão no rosto de Paula e disse:
-Amor, essa é uma situação que a gente sabia que ia acontecer, vai chegar um momento em que ele vai perceber que você precisa viver sua vida, uma hora ele vai ter que aceitar.
Paula respondeu:
-Eu sei disso, mas minha mãe sofre, é horrível pra ela saber que eu e meu pai não nos falamos mais, ela presencia a nossa pouca troca de olhares.
 Aline disse;
-Eu sei amor e você também sofre, não somente a sua mãe, você também é vítima dessa situação, eu também sofro em vê-la passar por tudo isso e não poder fazer nada, não fique se culpando, se tudo é difícil pra sua mãe, é difícil pra você também, pense nisso.
- Eu sei que você tem razão, mas eu não agüento mais ficar dentro daquela casa e ele me ignorar, eu não quero mais continuar desse jeito, tenho medo de enfrenta-lo novamente  e ele me expulsar de casa.
Nesse momento Aline olhou para ela e disse:
-Se isso acontecer não se preocupe, pois na rua você não fica te trago pra morar aqui comigo.
Paula olhou para ela, secou as lágrimas de seu rosto e perguntou:
-Jura que se acontecer você me deixa vir pra cá?
Aline olhou para ela com os olhos cheios de surpresa e falou:
-Não acredito que você está me perguntando isso, mas é claro que você vem pra cá, imagina que eu vou deixar a minha namorada sozinha por aí, na rua. Se você pensou isso você é louca.
Paula falou:
-Assim fico mais tranqüila e que bom que você esta aqui para me proteger. Eu confio em você.
Aline falou:
-Amor, não tenha medo, assim como a luz do sol brilha todos os dias e há de brilhar sempre, eu irei sempre te proteger porque eu te amo muito.
Paula olhou para ela e as duas se abraçaram novamente, dessa vez o abraço foi muito mais especial, pois além do amor tinha também um sabor de carinho, aconchego e proteção. Paula colocou a cabeça sobre o ombro de Aline e a apertou contra si, seu coração se acalmou, e ela pôde sentir o carinho que Aline lhe transmitia naquele momento.

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