sábado, 21 de janeiro de 2012

As Mães de Pedro-Capítulo 15

Agora era a hora de voltar à realidade e começar a enfrentar a situação que as aguardava.Aline precisava ir para o trabalho e Paula também tinha que escrever algumas notas para o jornal.

Paula sabia que ela agora precisaria encarar a situação de frente,ela estava pensando como iria enfrentar seu pai, não seria fácil para ela,principalmente porque ele sempre dizia que nunca aceitaria uma situação dessas na família.Ela ficava lembrando das palavras rudes dele.Todas as vezes que pensava em seu pai lhe dizendo essas coisas,  imaginava quão difícil seria enfrentar tudo isso.Paula tinha certeza de que poderia contar com Aline, mas também precisaria ser forte e não desistir da felicidade, ela que sempre sonhou encontrar o amor verdadeiro.

Esse amor era tão especial porque era diferente,não havia mentiras, nem interesses,era a força que faria com que elas tivessem mais coragem para  enfrentar os desafios que estavam para chegar.
Paula estava olhando a rua através do vidro da janela, quando Aline disse:
-Eu vou te levar pra casa.
Ela respondeu:
-Não precisa, não se preocupe, a chuva diminuiu bastante, eu posso pegar um ônibus.
Aline falou:
-Nada disso, você pensa que eu vou deixar de levar minha namorada pra casa, com essa chuva toda que caiu?De jeito nenhum, eu levo você.
Paula insistiu: 
_Não precisa, eu já disse que posso pegar um ônibus, e, além disso, você precisa ir para o hospital.

-Mas dá tempo, e não adianta você insistir porque eu vou te levar sim, e não falamos mais nisso.
-Está bem, eu já vi que não vai adiantar mesmo, então vamos.


Paula pegou sua bolsa e seu material da faculdade e as duas saíram. A chuva estava caindo fininha e calma. Aline quis saber como Paula estava se sentindo.Ela perguntou:
-Você está com medo de enfrentar sua família?
-Não é medo, é um pouco de fraqueza mesmo, vai ser barra ter que enfrentar meu pai sabia?Ele é um homem um tanto antiquado, pra ele tem que ser tudo certinho, a filha tem que ter um namorado, depois o casamento, tudo como manda o figurino,ele sempre foi muito rígido.

-Eu sei, mas agora é o momento de você pensar em tudo isso, eu não estou te pressionando, já disse que não vou fazer isso, mas é a hora de você refletir e ir em busca daquilo que pode te fazer sentir melhor.Você sabe que uma hora você vai ter que enfrentar.
Aline olhou para Paula e ficou esperando dela uma resposta.
-É eu sei , mas só de pensar já me sinto apavorada, eu tenho medo porque eu sei que ele não vai aceitar. 

Ele sempre quis que eu estudasse, me formasse, tivesse um namorado legal e que me casasse, sempre sonhou comigo entrando na igreja de vestido branco, véu e grinalda, fico imaginando como ele vai se sentir quando souber que nada disso será possível. Eu não quero que você me ache covarde, mas eu nunca tive coragem de enfrentar, durante muito tempo eu fugi de mim, pensando que poderia ser diferente, que eu poderia ficar com um cara e ser feliz, mas isso não é possível, , eu me apaixonei por você desde o primeiro momento.E eu não vou desistir, só peço que tenha paciência,como você mesma disse eu vou saber quando chegar o momento.


-Aline olhou para Paula e passou a mão em seu rosto, depois disse:
-Vai dar tudo certo você vai ver, não se apavore, vá com calma. Eu queria tanto fazer com que tudo isso fosse menos doloroso e menos difícil pra você. Eu te levaria pra qualquer lugar onde você estivesse protegida de tudo. Eu queria pode mudar tudo pra nós, e tirar do seu caminho tudo que possa te fazer mal, mas eu não tenho poder para isso, então só posso torcer pra tudo dar certo e ficar do seu lado, então a hora que você tomar a sua decisão eu tenho que te apoiar, é assim que deve ser, e assim será. Eu já disse que não vou te abandonar, tenha certeza disso, você vai poder contar comigo sempre.


Aline sorriu e tocou na mão de Paula. Ela retribuiu o sorriso.
Aline completou;
-Fica tranqüila, com jeito nós vamos resolver essa situação, você vai ver, você só não pode se desesperar. Isso é uma coisa normal hoje em dia, mais tarde o seu pai vai ter que aceitar e entender.
-É verdade.
Paula olhou Aline e concordou sorrindo.
-Ao longe elas avistaram um grupo de trabalhadores removendo as árvores caídas.
Aline falou;
-Veja, já estão limpando as ruas por aqui.
-É ainda bem, pois a noite terei que ir à faculdade.
-Eu busco você.
-Não, a gente se encontra lá, aí se você quiser me trazer, eu agradeço.
Você acha que eu não vou trazer você?Se pudesse passaria o tempo todo ao seu lado, eu não vou perder a chance de te trazer pra casa.

-E eu vou adorar que você me traga.
-E eu trarei, certamente.
-Chegamos, Sua casa é aqui não é?
-Sim, é aqui, a noite nos falamos na faculdade.
Está bem, eu vou te esperar.
Elas tiveram uma troca de olhares muito rápida.
Aline beijou o rosto de Paula, e disse baixinho.
-eu quero você.
Ela respondeu-lhe:
-Eu sou sua.



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